segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

ENTREVISTAR OS OPERACIONAIS-4



Já aqui referimos a insustentabilidade de o Núcleo Museológico do Posto de Comando se limitar a passar o mesmo filme há oito anos. Há que produzir novos recursos multimédia. Um desses recursos deveria ser obtido a partir de entrevistas aos operacionais do MFA que estiveram no Posto de Comando a dirigir as operações do 25 de Abril.
Para além destes – Otelo Saraiva de Carvalho, Garcia dos Santos, Victor Crespo, Sanches Osório, Hugo dos Santos e Lopes Pires –, muitos outros Capitães de Abril passaram pelo Posto de Comando durante aquele período. Todos eles têm histórias fantásticas para contar.
A recolha dos seus testemunhos não exige meios dispendiosos. Basta utilizar os recursos da Câmara Municipal de Odivelas (CMO), a saber:
1) Técnicos da Divisão de Cultura, que, se forem destacados para o Núcleo Museológico, como já sugerimos, podem fazer os guiões e realizar as entrevistas;
2) Câmara de filmar e cassete vídeo (ou outro suporte digital) da CMO, cujos gravações se podem guardar num computador e voltar a utilizá-las, minimizando assim os custos;
3) Utilizar a Sala de Operações do Posto de Comando como local de recolha dos testemunhos.
O tratamento desse material proporcionaria a produção de pequenos filmes para passar nas visitas, organizar ciclos de projecções e editar pequenas biografias para distribuir nas escolas. Simultaneamente, estaria a criar-se um acervo documental, que se poderia disponibilizar on-line, no espaço do Núcleo Museológico da página Internet da CMO. O que constituiria um interessante apoio aos estudantes das escolas do nosso concelho e não só.
Esta é mais uma sugestão cuja execução está perfeitamente ao alcance da CMO, que dinamizaria, divulgaria e projectaria para o exterior o Posto de Comando, contrariando a inércia em que sobrevive neste momento.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

CICLO DE CONFERÊNCIAS-3



Uma das formas de dinamizar o Núcleo Museológico do Posto de Comando do MFA (NMPC) é fazer jus à simbologia daquele espaço, implementando a realização anual de um ciclo de conferências sobre a ditadura (1926-1974), a resistência antifascista e das oposições democráticas e o 25 de Abril de 1974. A censura, a guerra colonial, a PVDE/PIDE/DGS são alguns dos temas incontornáveis para que não se apague a memória do Salazar-marcelismo, pois as novas gerações correm o risco de não fazerem a mínima ideia do que era viver em ditadura e assim estarem avisadas para que não permitam que volte a acontecer.
As comemorações do Centenário da República, que no próximo ano inundarão a sociedade portuguesa com múltiplas iniciativas, seriam um óptimo pretexto realizar o 1º Ciclo de Conferências do Posto de Comando do MFA. Que melhor começo do que promover o debate sobre a República Democrática e a sua substituição por uma ditadura militar?
O NMPC tem um belíssimo auditório para lá se realizarem essas conferências. Cabe à Câmara Municipal de Odivelas a responsabilidade de as promover e organizar. Desta forma, para além de estar a contribuir para a formação cívica das novas gerações, poderia proporcionar o diálogo de historiadores e protagonistas da resistência antifascista e dos Capitães de Abril com a população do nosso concelho, designadamente com os nossos estudantes.
Para o convite aos conferencistas, não seria difícil a proposta de parcerias com os centros de estudos históricos das universidades, com o Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra, com a Associação 25 de Abril, com associações cívicas como o Movimento Cívico Não Apaguem a Memória e a União dos Resistentes Antifascistas Portugueses.

sábado, 5 de dezembro de 2009

EQUIPA DO NÚCLEO MUSEOLÓGICO-2


Um dos problemas com que sempre se debateu o projecto do Núcleo Museológico do Posto de Comando do MFA foi o da inexistência de uma pequena equipa da Divisão de Cultura da Câmara Municipal de Odivelas que se dedicasse exclusivamente à programação e coordenação das actividades daquele espaço privilegiado do património histórico do concelho (e do país). Bastava destacar dois dos técnicos da Divisão de Cultura da CMO, que têm estado há muito ligados ao projecto, para que tudo fosse diferente. Destinar-lhes o trabalho de acompanhamento das visitas ao Posto de Comando, designadamente das escolas, não chega.
Obviamente, a tutela militar do espaço não facilita a movimentação desses técnicos, mas toda a gente sabe que o Regimento de Engenharia 1 tem tido comandantes muito dialogantes com a autarquia e que, sempre que a CMO precisa, as portas estão abertas. Falta à câmara apostar no Posto de Comando como elemento de superior importância estratégica cultural do concelho.
Nada impede a CMO de dar esse passo. A forma organizativa da intervenção autárquica no Posto de Comando só depende da própria câmara. Para o RE-1, tanto faz que haja dois técnicos que lá vão quando há visitas de estudo, como que haja dois técnicos que têm responsabilidades maiores na programação de actividades regulares, na articulação com as escolas, na produção de materiais didácticos, enfim, na dinamização do Núcleo Museológico do Posto de Comando do MFA.
Será que a nova vereação vai olhar com outros olhos para o Posto de Comando e tem a coragem de assumir uma responsabilidade maior, ou vai deixar tudo como nos últimos oito anos? Espero, sinceramente, que pense no Posto de Comando como uma prioridade cultural do concelho de Odivelas.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

PATRIMÓNIO MUNICIPAL-1



A partir da presente edição do Nova Odivelas o Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas ocupará regularmente este espaço. Entre os objectivos desta crónica semanal está a intenção – já antiga, aliás – de chamar a atenção dos decisores públicos sobre a necessidade imperiosa de encetar o processo de classificação do Posto de Comando como património nacional. O primeiro passo poderá ser dado pelos autarcas do nosso concelho, reconhecendo-o como Imóvel de Interesse Municipal.
Desde longa data que pesa sobre aquele espaço mítico do 25 de Abril a ameaça de desaparecimento, caso o Regimento de Engenharia Nº 1, o quartel onde está instalado, venha a ser desactivado. Esperemos que não, até porque o próprio quartel é património local. A forma mais eficaz de evitar que isso venha a acontecer é, justamente, a classificação do Posto de Comando como património municipal.
No entanto, há uma adversidade recorrente para alcançar esse desiderato: a determinação do concelho a que pertence o quartel, pois é atravessado por dois municípios, o de Odivelas e o de Lisboa. Mas, se houver efectiva vontade política, não será difícil os dois executivos camarários porem-se de acordo nessa matéria. Claro que, como munícipe odivelense e com responsabilidades na criação do Núcleo Museológico do Posto de Comando do MFA, em 2001, preferia que fosse Odivelas a fazê-lo. Contudo, o mais importante é a sua classificação patrimonial, seja por Odivelas, por Lisboa, ou por ambas as câmaras municipais.
Como alguém tem de dar o primeiro passo nesse sentido, deixo aqui o apelo para que seja dado pela edilidade odivelense, que tem toda a autoridade moral para o fazer, pois foi quem criou o núcleo museológico lá instalado há 8 anos.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

PRESERVAR A MEMÓRIA DO POSTO DE COMANDO

Pretende-se, com a criação deste blogue, divulgar as crónicas semanais com o mesmo título, publicadas no jornal local NOVA ODIVELAS, potenciando a promoção do Posto de Comando do MFA.
Este será um espaço aberto a todos quantos queiram partilhar a preservação da memória do Posto de Comando, fazer sugestões de actividades, divulgar documentos a ele associados.