segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

AMIGOS DO POSTO DE COMANDO-12

Visita de estudantes ao Posto de Comando.

O Núcleo Museológico do Posto de Comando do MFA tem um problema grave desde que foi criado, em 2001: a falta de garantia da sua preservação enquanto espaço de memória do 25 de Abril. Na verdade, não se trata verdadeiramente de um museu, integrado na rede nacional (nem local) e, em consequência, está dependente do quartel onde está instalado, o Regimento de Engenharia Nº 1 - Pontinha. Se o quartel for desactivado, o NMPC corre sério risco de desaparecer.
É imperioso, portanto, que se faça alguma coisa antes que esse cenário possa ser uma realidade. E mesmo que não perfile no horizonte – como já se perfilou –, há que dignificar aquele espaço como merece. A melhor forma de afastar definitivamente esse perigo e de o dignificar é classificar o Posto de Comando, no mínimo, como edifício de interesse público. A possibilidade maximalista seria classificá-lo como monumento nacional. Contudo, já vimos que nenhuma autoridade pública manifestou a intenção de o fazer. Quer os poderes locais, quer os poderes centrais, sempre se mantiveram à margem do problema. Resta o poder dos cidadãos. Só um significativo movimento cívico poderá forçar quem de direito a cuidar deste património tão simbólico para a conquista da democracia e da liberdade proporcionada pelo MFA.
É essa a finalidade da criação da de um espaço dos Amigos do Posto de Comando no Facebook. Vamos criar um movimento cívico que ponha a circular uma petição para apresentar à Assembleia da República, no sentido de tomarem todas as providências necessárias à preservação do edifício onde se instalaram os militares que comandaram as operações de 25 de Abril de 1974.
Torne-se “amigo” da rede do Posto de Comando no Facebook, assine a petição e traga outros amigos para esta causa cívica.

A ESCOLHA DO POSTO DE COMANDO - 11

A escolha do RE-1 para Posto de Comando na "Ordem de Operações", de Otelo Saraiva de Carvalho.

À beira do 36º aniversário do 25 de Abril, muita gente desconhece ainda a razão da escolha do Regimento de Engenharia Nº 1, na Pontinha, para Posto de Comando do MFA. Vamos, esta semana, divulgar como se processou essa escolha e o excerto do Plano de Operações do major Otelo Saraiva de Carvalho onde se atribui a missão ao Posto de Comando.
A escolha do RE-1 para comandar as operações do 25 de Abril partiu de uma sugestão do tenente-coronel Nuno Fisher Lopes Pires, que tinha sido segundo comandante daquela unidade militar até ao dia 6 de Março daquele ano. O capitão Luís Macedo, outro militar do RE-1 e ainda em serviço durante as operações do 25 de Abril, apoiou a proposta e não houve dúvidas em aceitar a sugestão de Lopes Pires, visto que reunia todas as condições necessárias: estar perto de Lisboa, mas fora da cidade, ser uma unidade da confiança do MFA, dar poucas possibilidades de as forças governamentais a descobrirem, dado que se tratava de uma unidade de engenharia e não de artilharia, por exemplo, como seria mais provável.
Eis o texto do Plano de Operações:
“Protege e defende a unidade a todo o custo. Selecciona um local elevado para montagem do PC. Selecciona um local, bem guardado, onde possam ser recebidos os oficiais superiores e os agentes da Brigada de Trânsito da GNR presos, a seguirem ao seu destino findo o estado de insurreição. Prepara a central telefónica para a emissão e recepção de telefonemas.”
(Plano de Operações, Otelo Saraiva de Carvalho).
E, tal como se previa, ali ficaram detidas algumas figuras gradas do regime, tais como Marcelo Caetano, o presidente do Conselho de Ministros e Silva Pais, o chefe da PIDE/DGS. Respeitosamente tratados pelos Capitães de Abril, seriam libertados e pacificamente conduzidas a casa ou ao exílio.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

FICHAS DE TRABALHO PARA AS ESCOLAS-10

Exposição do Posto de Comando

Na sequência das crónicas que tenho publicado sobre o Núcleo Museológico do Posto de Comando do MFA e considerando que aquele espaço de memória está subaproveitado, resolvi, depois das propostas organizativas, programáticas e dinamizadoras, elaborar um conjunto de fichas de trabalho, destinadas aos professores (principalmente os de História), para apoio às visitas de estudo.
Este tipo de projectos sempre esteve na mente da direcção da Associação Não Apaguem a Memória, pelo que é sob os seus auspícios que é lançado e disponibilizado um modelo de ficha para o 4º, 6º, 9º e 12º anos, em PDF, que se pode descarregar livremente e ser aplicada aos alunos desses anos curriculares em que o 25 de Abril é estudado nas escolas.
As fichas foram concebidas para que cada aluno faça o seu próprio estudo da importância do Posto de Comando no 25 de Abril e conheça factos e personalidades decisivas para o sucesso da revolução. Procurou-se aumentar o grau de dificuldade à medida que a ficha se destinava aos níveis curriculares mais elevados. Mas, somo os alunos, as turmas e as escolas não são todos iguais, qualquer professor pode usar questões das fichas previstas para os outros anos, retirar ou acrescentar perguntas. Obviamente, os alunos também podem descarregar as fichas e usá-las autonomamente, assim como qualquer visitante.
Estas são as primeiras fichas, pois já estão a ser concebidas outras fichas complementares, com sugestões de trabalho de pesquisa individual (designadamente na Internet) e trabalhos de grupo (por exemplo, apresentações em PowerPoint). Os anos curriculares estão identificados do seguinte modo: 1- 4º ano; 2- 6º ano; 3- 9º ano; 4- 12º ano. Sugestões e críticas são bem-vindas.
Podem descarregar-se as fichas em:
4º ANO
6º ANO
9º ANO
12º ANO

O SITE DO POSTO DE COMANDO - 9

Auditório do Posto de Comando

A Câmara Municipal de Odivelas alojou o Núcleo Museológico do Posto de Comando na sua página em http://www.cm-odivelas.pt/Extras/MFA/. Os objectivos da sua criação eram permitir a preparação da visita ao local ou a visita virtual para quem não a pudesse deslocar-se lá.
Passados alguns anos desde a disponibilização desta página na Internet, não só não houve actualizações ou uma aposta séria neste meio privilegiado de chegar, por exemplo, às escolas, como há desactualizações (“Visita Virtual”), ou deixaram mesmo de funcionar alguns “botões” estruturantes, a saber: “Centro de Documentação”, “Arquivo do Núcleo”, “Informações”, “Apoio Escolar”, “Fórum 25 de Abril Vivo”, “Pesquisar”.
Restam a possibilidade de aceder ao conteúdo dos painéis da “Sala de Exposição”, à “Sala do Posto de Comando” e à “Cronologia”, o que é muito importante para quem quer ficar com uma ideia do Núcleo Museológico, do 25 de Abril e do papel do Posto de Comando.
Em suma, o site não está operacional e a câmara, ao invés de apostar nele, deixou-o cair e nem sequer aposta na sua divulgação à própria comunidade escolar de Odivelas. É mais um subaproveitamento daquele património e dos meios para o dar a conhecer e implementar o próprio estudo do 25 de Abril a partir dele.
Sublinhe-se o enorme potencial do “Apoio Escolar”, se se tratar de o dotar de guiões de visitas de estudo, de fichas de trabalho, de jogos didácticos, de concursos, adaptados aos vários níveis curriculares. Uma boa ligação às escolas produziria um maior estímulo para o aproveitamento didáctico do Posto de Comando.
Infelizmente, quando falamos do Posto de Comando, regressamos sempre ao puro abandono, por parte da CMO, daquele espaço de memória do 25 de Abril e da não aposta nas suas enormes potencialidades como cartão de visita patrimonial do concelho.